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Já não é a primeira vez que me engalfinho com o Félix. A gaita toda é que é sempre por coisa de mulheres. A bem dizer, eu e ele não temos nada um contra o outro. Mas quando me tocam cá nos machinhos, ai, ai, mau-maria!

Mas se toca a unir contra o Picadinhas, o gajo do último andar e que mora por cima do Félix, nem queiram saber.

O Picadinhas tem a mania que percebe de pombos, de corridas, anilhas e outras merdas destas. Tem o pombal lá no alto e está bom de ver: Os pombos cagam tudo!

Houve uma vez que estava eu a furar a parede para pendurar um varal novo para a Mena e o Picadinhas lá de cima vai de dar sentenças! Que era dia de competição, que os pombos não baixavam por causa do berbequim, que o relógio estava a contar, que ía ficar em último lugar, blá, blá, blá. Um paleio que já me estava a dar cabo dos nervos!

Respondi-lhe cá de baixo, o Félix que não se ensaia nada para se meter numa confusão apareceu logo à janela e aproveitou para vazar a figadeira por causa da cagada dos pombos.

Só posso dizer que acabou com o Félix a disparar a pressão de ar e eu a acompanhar com o berbequim e os pombos desapareceram. Devem ter ido aterrar para o Marquês de Pombal.

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Ía eu preparar-me para escrever aqui no blogue quando ouvi a minha velha aos gritos. Depois a Mena. Queres ver que é desta é que o telhado caíu?

- Badalhoca! És uma badalhoca, minha porca!

Mas o que é que vem a ser isto?

Parece que a gaja de cima pendurou uma roupa a escorrer e encharcou o nosso varal.

Estava tudo muito bem, conversa de gajas, Ditongo não te metas, mas veio de lá o Félix a bramar pelas dores da mulher e alto lá! Agora já é comigo, que ninguém ofende os meus!

- Vê lá se tenho de ir aí acima partir-te a lenha, oh manso!

- E homem para isso?

- AH! Cabrão! Vou-te partir a boca toda!

Passou-me uma coisa pela vista, arranquei o varal e se não fossem as mulheres a segurarem-me... nem sei! Dava cabo da vida dele e da minha!

Depois apareceram as calhandras do costume e foi uma chinfrineira que nem vos digo, parecia dia de arraial aqui no pátio.

Eu sou muito boa pessoa mas quando me passo!!!

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Ando cá a pensar se esta cena do blogue é uma boa idéia...

Durante a semana um gajo tem de bulir e à noitinha é para ir ao café. Sim, que um gajo não deve morrer estúpido e enfiar-se em casa!

Ao fim-de-semana tenho de dormir, tenho de descansar. Depois, o almoçito, a bica no Chico e uma sorna. Se há bola vai-se à catedral e está feito.

Também o graveto é sempre curto e isto de ter um puto não é brinquedo. Estão sempre a exigir, querem sempre mais e claro, para um gajo não parecer menos ao pé dos outros tem que abrir os cordões à bolsa.

Os blogues havíam de ter existido era quando eu era solteiro, oh! larecas! Isso é que era bom! Grandes tempos, grandes curtes!

Um dia destes hei-de escrever aqui umas cenas que tive em chavalo. Quando ía acampar para Monte Gordo com o Mané e o Roscas. O Fredo nunca alinhou em campismos, nunca gostou de passar a noite em barracas. O problema dele eram as gajas, que eu bem sei...

Agora já amarrado, já se sabe, a Mena não me deixa pôr o pé em ramo verde...

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O petisco no Chico estava cinco estrelas!

Correu tudo à maneira. Falámos do nosso Benfica, da gaja com que o Fredo anda, fizémos um brinde ao Amândio, contámos anedotas e bebemos bem. Só não resolvemos nada quanto ao blogue, cada um deu a sua sentença e já marcámos novo encontro para falar mais uma beca do que vamos fazer.

Quando entrei em casa a Mena estava de trombas e a fingir que dormía, ela pensa que eu não a topo!

Ainda lhe dei um encosto mas ela virou-me o cu.

- Cheiras a vinho que tresandas!

Ora aí está uma mentira de todo o tamanho!

Juro que não bebi vinho, não pus uma gota, um pinguinho que fosse, de vinho na minha boca, juro pela saúde do meu filho e da minha velha! Juro!

Fartei-me de lhe dizer mas a Mena quando amarra o burro, vai lá vai!

Quis acender a luz e fazer o quatro para ela ver, ver com os olhinhos dela!

- Apaga essa merda e deixa-me dormir!

Fónix!

As mulheres são tramadas... Quando se lhes mete uma cena na cabeça nem que um gajo se vire do avesso!

Juro mesmo, eu só bebi umas bejecas, de vinho nem o cheiro!

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O Fredo esteve a ler o blogue e diz que isto está muito amaricado com estas cores e as florinhas. Que nem ao menos falo do nosso Glorioso. E de gajas, tenho de falar de gajas e dele e da malta da rua, do nosso grupo.

- Não vais mudar nada, estás a ouvir?

A Mena topou-nos e saltou-lhe a tampa, que ela é que arranjou as cenas todas para isto.

- Mas afinal quem é que manda?

O Fredo falou baixinho mas a Mena tem ouvido de tisica e veio de lá da cozinha e disse-lhe para ele ir tocar tangos lá para a rua dele. E ele foi.

Como cá em casa não dava para discutir o blogue, combinámos todos fazer uma patuscada no Chico para tratar deste assunto. A malta é assim: Quando um tem um problema juntamo-nos todos e resolvemos tudo. Conhecemo-nos desde chavalos, e crescemos todos aqui na rua. Do grupo só falta o Amândio que se meteu no cavalo e já lá está, a fazer tijolo, Deus o tenha em descanso.

O Mané falou com o Chico e está tudo acertado: Amanhã temos umas moelas, pipis, uma salada de orelha e umas chouriças assadas que vêm da terra dos velhos do Roscas, que são da Guarda.

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